30/05/2025 - Edição 2252 1f3y3q
A precariedade do transporte público por barcas entre a Ilha do Governador e o Centro do Rio continua sendo uma das grandes chagas da nossa mobilidade urbana. Moradores da região, que dependem diariamente do deslocamento para o trabalho, estudos ou compromissos médicos e istrativos, convivem há anos com um serviço aquaviário deficiente, que parece ter sido abandonado pelo poder público e pelas concessionárias responsáveis.
Hoje, o transporte por barcas — que deveria ser um importante aliado no desafogo do trânsito e na melhoria da qualidade de vida da população insulana — opera com apenas três horários de ida pela manhã e três de volta no início da noite. A limitação é um convite à superlotação, ao estresse e ao desperdício de tempo, forçando a maioria dos ageiros a recorrer às alternativas terrestres. Resultado: engarrafamentos diários na Estrada do Galeão e na Linha Vermelha, além de um sistema de ônibus que não dá conta da demanda com ônibus insuficientes e lotados nos horários de pico.
A ausência de investimentos em embarcações mais modernas e rápidas, assim como a falta de transparência sobre qualquer planejamento de ampliação do serviço, revelam o completo descaso das concessionárias com a população da Ilha. O interesse econômico sobrepõe-se ao direito constitucional de ir e vir, transformando o cotidiano dos moradores em um percurso penoso, caro e demorado. Praticamente inexistente para a maioria dos insulanos!
E importante a mobilização da sociedade civil, a atuação de lideranças comunitárias e a cobrança de representantes políticos locais. O tema precisa voltar ao centro do debate público, com urgência e seriedade. O transporte aquaviário é uma solução viável, sustentável e necessária — mas exige vontade política, fiscalização rigorosa e um novo modelo de gestão que priorize as pessoas, e não os lucros. Precisamos de um sistema de transporte marítimo eficiente.